terça-feira, 19 de setembro de 2017

Visita ao Assentamento Ojeferson Souza

A experiência que o CC Universidade e Sociedade me proporcionou ao colocar como atividade uma visita a espaços comunitários, colégios, entre outros foi  surpreendente, pois a partir desse encontro eu passei a ter uma visão diferente do lugar visitado.
Eu e meus colegas visitamos um Assentamento que fica localizado entre Coaraci e Almadina denominado Ojeferson Souza que tem esse nome em homenagem a um líder muito importante pra o Movimento Sem-Terra (MST).
Quando decidimos ir visitar um assentamento por não buscar antecipadamente informações sobre o movimento ou até mesmo por conformarmo-nos com as informações passadas por outros e pelo mídia, a visão que possuía do lugar e das pessoas eram totalmente diferentes das que presenciei.
Fomos recebidos com muita alegria e entusiasmo pelos moradores, apesar de alguns não ter comparecido devido o mau tempo e alguns jovens estarem estudando, os que estavam presentes demonstraram interesse em cursar um ensino superior ou que seu filhos cursem também.
Falamos da proposta da UFSB, sobre a forma de ingresso, os colégios universitários, as cotas, a base teórica, a diferença que existe entre universidade e faculdade e ouvimos também suas expectativas sobre a mesma, quando estávamos no meio do nosso encontro o líder do assentamento José Carlos Rodrigues Nascimento chegou e deu-nos uma aula de conhecimento e de vida, nos esclareceu muitas dúvidas que possuíamos sobre o movimento, percebi sua visão de mundo e o quanto busca a melhoria para todo o assentamento.
Aprendi tanto naqueles poucos instantes  em que estive com eles e firmamos um compromisso que nosso elo se estendesse para além daquele momento, os assentados demonstraram interesse em colaborar com o desenvolvimento da universidade e que possamos caminhar como parceiros em prol de um mundo mais justo e igualitário.
Para registrar o nosso encontro.

Anísio Teixeira

Anísio Teixeira foi um intelectual, advogado, escritor e educador brasileiro nascido em Caetité-BA que fez da educação o seu ideário de vida.
No período de 1930 tornou-se um personagem muito importante para a educação no país,ao ser um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova que tinha como objetivo uma escola pública,laica e obrigatória. Anísio também criou a Universidade do Distrito Federal que incentivava a Pesquisa por reconhecer a necessidade que a mesma possui. Viveu em um momento histórico muito conturbado a Ditadura  de Vargas,  por pensar em uma educação voltada para o povo e não para uma elite intelectual foi perseguido e considerado subversivo.
Anísio foi um educador que pensou além do seu tempo, não se intimidou com todas as ameaças que sofria e diante dos cargos que lhe era concedido buscava colocar em prática os seus ideais de educação.
Pensar em um de seus lemas "educação não é privilégio" é entender um pouco desse admirável educador, não é privilégio porque não deve ser destinada apenas a uma minoria, a elite, ao contrário,  a educação deve se preocupar com a formação integral do indivíduo, em libertá-lo para o mundo para que ele venha ser agente de transformação.
A UFSB tem por base teórica também o Anísio Teixeira, esse modelo de universidade foi idealizado por ele, os colégios universitários, a oportunidade que o discente possui em traçar sua trajetória de maneira mais autônoma, ao ingressar ele não precisa necessariamente ter definido sua opção de curso, mas ao decorrer da sua formação ele poderá fazer ou refazer suas escolhas, que acaba diminuindo a evasão, que na minha opinião é algo fantástico.
Finalizo com uma citação que exprime as ideias desse importantíssimo educador. "Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância."

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Paulo Freire

Embora Paulo Freire não tenha direcionado seus estudos ao ensino superior,faz-se necessário entender a sua pedagogia e aplicá-la a prática  docente. Paulo Freire é um marco na educação popular, criou um método de alfabetização para adultos que tinha como objetivo a transformação e libertação do individuo, não apenas alfabetizar mecanicamente, mas ensiná-lo a pensar  e agir criticamente.
Através de um de seus livros Pedagogia da Autonomia ele ressignifica a prática educativa do professor, pois nessa concepção ele passa a ser um mediador e não o detentor do conhecimento, mostra a importância do aluno como um ser ativo no processo ensino-aprendizagem e que a escola não é um único espaço de saber, devendo a mesma valorizar o conhecimento que os alunos já possuem.
Que é função da escola formar cidadãos curiosos, criativos e críticos, que saibam pensar por si mesmos e   se posicionar perante a sociedade.
Não existem verdades absolutas e estagnadas a todo momento elas se modificam e por isso é tão necessário a formação continuada do professor e a pesquisa.
Então é de grande valia estudar Paulo Freire no ensino superior por ser um espaço de formação de profissionais e também de novos educadores. Uma Universidade que tem como base teórica um educador como este mostra se importar com a transformação do sujeito oprimido e marginalizado e também da sociedade.
A UFSB  é uma universidade inclusiva e social, os discentes são incentivados a pensar criticamente e constroem seu conhecimento através da mediação do professor que assume uma função de provocador. A forma de ingresso permite que uma grande parcela da população de jovens e adultos, negros, índios, das classes populares,que tenham a vontade de cursar um ensino superior e não tinham oportunidades adentrassem à universidade através das cotas.
Como nos diz Paulo Freire é necessário que todos entendam a educação como uma forma de intervenção no mundo.

O modelo pluriversitário

As universidades brasileiras estão baseadas no modelo eurocêntrico, hegemônico que tratam a educação como algo rentável,mercadológico, e que busca a nacionalização e a transnacionalização do ensino superior,sem importar-se com os problemas reais dos cidadãos que vivem no país. Mas há também uma outra tendência que surgiu  a partir dos movimentos ativistas e de alguns cientistas que entenderam a necessidade de incluir o social nas universidades, esse modelo de universidade é o pluriversitário.
Nesse sentido Boaventura propõe as Epistemologias do Sul onde o conhecimento seja ele científico,artesanal, empírico ou popular que surgem das lutas contra a dominação sejam valorizados, então não terá como dizer que há universidades e sim pluriversidades, já que  este não será espaço apenas de conhecimento científico, mas de uma ecologia saberes.
Dessa forma, o ensino superior tornaria-se um espaço de produção de conhecimento contextualizado com o social buscando diminuir as desigualdades geradas pelo capitalismo. Na UFSB percebe-se que este modelo pluriversitário está presente no PPC e na prática pedagógica dos docentes com a ecologia dos saberes.
Embora esse seja o modelo ideal de universidade, muitos desafios são encontrados por ser um modelo contra-hegemônico, por isso a importância da universidade se aproximar da sociedade, só assim a luta contra a mercantilização da educação ganhará força e forma.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Universidades no mundo ocidental

Ao longo dos séculos as universidades assumiram diferentes formas de acordo com o contexto social vigente na época, no início buscou-se explicar os acontecimentos existenciais por meio da fé e a partir dessa surgiram outras ,com objetivos de transmitir conhecimento e a formação de profissionais, só que  os cursos oferecidos eram os tradicionais, Medicina, Direito, entre outros.
Mas esse acesso era restrito apenas a uma pequena parcela da sociedade, ou seja a classe alta, os demais ficavam impossibilitados e excluídos. Dessa forma, a universidade tornou-se elitista,classista e mercadológica.
Embora esse modelo de universidade persista até os dias atuais, um novo paradigma surge, com pensamentos inovadores e inclusivos,embasados por pensadores  e educadores como Anísio Teixeira, Paulo Freire a Universidade Federal do Sul da Bahia busca formar  mais que profissionais pessoas humanas capazes de transformar a sociedade de forma crítica e consciente, a UFSB possibilita o ingresso de estudantes de classe baixa, negros, indígenas, todos o que nunca tiveram vez e nem voz, nesta sociedade classista e excludente.