GADOTTI, Moacir. Interdisciplinaridade:
atitude e método. São Paulo: Instituto Paulo Freire.
Gadotti em
seu artigo fala que a interdisciplinaridade surge como resposta à fragmentação
das ciências onde a epistemologia positivista ao fragmentar o todo para estudar
as partes fez com que estas partes fossem pensadas isoladamente, sem conexão
entre elas, cabendo apenas ao especialista entendê-las.
Segundo o autor a
interdisciplinaridade visa romper com os limites impostos pelas disciplinas e
para isso é necessário que haja uma atitude interdisciplinar, ou seja, busca
constante pelo conhecimento.
Nos que tange os projetos educacionais
Gadotti elege alguns princípios primordiais para se ter interdisciplinaridade
que são: a noção de tempo, cada ser possui ritmos e tempos
distintos de aprendizagem; o indivíduo é que aprende, aqui ele toma por base a
epistemologia de Piaget quando diz que o ser humano possui estruturas
cognitivas que garantem o aprendizado, mas é preciso o contato com o meio para
assim desenvolver-se; o conhecimento é uma totalidade; o conteúdo do ensino
precisa ser significativo ao aluno e que a interdisciplinaridade seria a forma
a chegar na transdisciplinaridade.
Então a metodologia do
trabalho interdisciplinar implica atitude e método para integrar conteúdos;
conceber o conhecimento como unitário; superar a dicotomia entre ensino e
pesquisa e a busca pela educação permanente.
Gadotti ainda vai falar que as
ciências da educação precisam tanto da interdisciplinaridade quanto da
pluridisciplinaridade e a intradisciplinaridade sendo esta última a relação
entre a disciplina de origem e a aplicada.
Finaliza seu artigo dizendo
que um projeto de educação interdisciplinar deve mostrar ao indivíduo uma visão
geral da educação, de uma forma progressista e libertadora lembrando assim
Paulo Freire, que a teoria construtivista muito tem a ver com a
interdisciplinaridade e o quê ainda impede dela ser considerada um novo
paradigma são as críticas de alguns autores sobre ela ser puramente atitude
epistêmica.
O autor defende o
construtivismo crítico de Paulo Freire e rebate as teorias que dizem estar
vivendo a sociedade uma patologia do saber, pois ele entende a sociedade como
um processo dialético de construção e reconstrução.
Sendo assim, torna-se
necessário entender que a crítica que se faz a fragmentação causada pelas
ciências é no sentido de mostrar que este modelo analítico traz em sua raiz
limites de pesquisa e universalização do conhecimento, que as tratam como
propriedades de tal área ou disciplina e isso é um problema.
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