quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Moacir Gadotti: Interdisciplinaridade: atitude e método


GADOTTI, Moacir. Interdisciplinaridade: atitude e método. São Paulo: Instituto Paulo Freire.

Gadotti em seu artigo fala que a interdisciplinaridade surge como resposta à fragmentação das ciências onde a epistemologia positivista ao fragmentar o todo para estudar as partes fez com que estas partes fossem pensadas isoladamente, sem conexão entre elas, cabendo apenas ao especialista entendê-las.
Segundo o autor a interdisciplinaridade visa romper com os limites impostos pelas disciplinas e para isso é necessário que haja uma atitude interdisciplinar, ou seja, busca constante pelo conhecimento.
Nos que tange os projetos educacionais Gadotti elege alguns princípios primordiais para se ter interdisciplinaridade que são:  a noção  de tempo, cada ser possui ritmos e tempos distintos de aprendizagem; o indivíduo é que aprende, aqui ele toma por base a epistemologia de Piaget quando diz que o ser humano possui estruturas cognitivas que garantem o aprendizado, mas é preciso o contato com o meio para assim desenvolver-se; o conhecimento é uma totalidade; o conteúdo do ensino precisa ser significativo ao aluno e que a interdisciplinaridade seria a forma a chegar na transdisciplinaridade.
Então a metodologia do trabalho interdisciplinar implica atitude e método para integrar conteúdos; conceber o conhecimento como unitário; superar a dicotomia entre ensino e pesquisa e a busca pela educação permanente.
Gadotti ainda vai falar que as ciências da educação precisam tanto da interdisciplinaridade quanto da pluridisciplinaridade e a intradisciplinaridade sendo esta última a relação entre a disciplina de origem e a aplicada.
Finaliza seu artigo dizendo que um projeto de educação interdisciplinar deve mostrar ao indivíduo uma visão geral da educação, de uma forma progressista e libertadora lembrando assim Paulo Freire, que a teoria construtivista muito tem a ver com a interdisciplinaridade e o quê ainda impede dela ser considerada um novo paradigma são as críticas de alguns autores sobre ela ser puramente atitude epistêmica.
O autor defende o construtivismo crítico de Paulo Freire e rebate as teorias que dizem estar vivendo a sociedade uma patologia do saber, pois ele entende a sociedade como um processo dialético de construção e reconstrução.
Sendo assim, torna-se necessário entender que a crítica que se faz a fragmentação causada pelas ciências é no sentido de mostrar que este modelo analítico traz em sua raiz limites de pesquisa e universalização do conhecimento, que as tratam como propriedades de tal área ou disciplina e isso é um problema.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Mais reflexão, menos informação!


Resumo reflexivo
LIMA, Sonia Regina Albano. Mais reflexão, menos informação! 
In: FAZENDA, Ivani (org.) O que é interdisciplinaridade?  São Paulo: Cortez, 2013, p. 185-199.

No capítulo menos informação, mais reflexão, Lima  traz no início do texto considerações acerca da globalização e seu impacto na identidade cultural mundial e como o Brasil sofre ainda hoje consequências da colonização de Portugal.
O governo implanta sistemas e modelos organizacionais e educacionais de outros países, conceituando-os como “melhores” e assim desperta o desinteresse e apatia pela cultura nacional. Neste sentido, é que a educação deve atuar de forma a possibilitar a valorização e pertencimento a identidade nacional.
A autora faz uma importante crítica as políticas públicas, por tratarem de situações semelhantes como opostas, gerando uma dicotomia entre elas, e também por serem formuladas sem a participação de um dos principais atores, os professores, se de um lado há interesse de mudança por sua parte, por outro eles são condicionados e obrigados a atender os requisitos propostos nas leis educacionais.
Vê-se  nesta situação, o objetivo do governo de controle os conhecimentos que os estudantes tenham acesso. Cada país tem sua cultura, seus desafios, seus anseios, tentar fazer de um país igual ao outro é simplesmente  um ataque a identidade da nação.
  



A interdisciplinaridade na contemporaneidade na perspectiva de Encarnacion Tavares


Fichamento de citação

TAVARES, Direce Encarnacion. A interdisciplinaridade na contemporaneidade: In: FAZENDA, Ivani (org.) O que é interdisciplinaridade?  São Paulo: Cortez, 2013, p. 135-146.

A interdisciplinaridade é uma exigência do mundo contemporâneo (p. 135)
A interdisciplinaridade como um religamento dos saberes no mundo globalizado...
A interdisciplinaridade não é um caminho de homogeneidade, mas de heterogeneidade. Por isso, um dos principais pressupostos para se caminhar interdisciplinarmente é o diálogo. Este deve ser reflexivo, crítico, entusiástico, que respeita e transforma. Num trabalho interdisciplinar em equipe é imprescindível que todos estejam abertos ao diálogo em qualquer momento (p.136).
 [...] O conhecimento é o primeiro passo para o desenvolvimento científico, podendo aparentemente chegar a uma forma máxima de perfeição. É importante entender que esta fase científica é um processo, e não está nem estará jamais concluída (Pinto, 1985). (p.137)
Os princípios elencados por Fazenda (2003) nos fazem refletir sobre qual o sentido da interdisciplinaridade, ampliando a discussão sobre a questão da atitude: • Antropologia filosófica — o sentido do ser — necessidade do indivíduo de pensar, refletir, imergir fundo em qual é a base do argumento (valor que configura a lógica da palavra. Mostra que a linguagem interdisciplinar nasce da linguagem disciplinar, explicando o que é linguagem). Enfatiza também a necessidade do professor de cuidar para não fazer da interdisciplinaridade uma prática pedagógica simplista e vazia [...] (p.138).
Antropologia cultural — o sentido de pertencer — necessidade de se alicerçar antropologicamente. A linguagem nos une ao mundo e aos nossos semelhantes[...] (p.139)
• Antropologia existencial — o sentido do fazer — como exemplo, pode se citar o registro das experiências vividas, o exercício da memória onde a vida pode se eternizar[...] (p.139).
Essa atitude é um ato de vontade, quando acontece o envolvimento humano, a troca de experiências e conhecimentos, enfim, um comprometimento com a competência no ato de ensinar. Podemos dizer que uma postura interdisciplinar conduz à busca da totalidade que nos leva a estudar, pesquisar e vivenciar um projeto interdisciplinar. (139).
No entanto, para Fazenda (2007, p. 81), os professores, muitas vezes perdidos na sua função de professar, impedidos de revelar seus talentos ocultos; anulados do desejo da pergunta; com a criatividade embotada; prisioneiros de um tempo de tarefas, recheados de melancolia; induzidos a cumprir o necessário e cegos frente à beleza do supérfluo, não entendem que a teoria interdisciplinar só se legitima na sua ação. Desse modo, a interdisciplinaridade é um pressuposto básico para entender a atitude de fragmentação e dicotomia que o indivíduo tem de si mesmo, de seu mundo e da sua realidade (p. 140)
Para Fazenda (2007), ao formar um professor pesquisador num enfoque interdisciplinar, entre outros aspectos, está se recuperando sua auto-estima, perdida em virtude do descarte causado pela profissão. Para ela o professor, quando desenvolve uma pesquisa interdisciplinar no seu cotidiano, contendo os paradigmas fundamentais como compromisso, implicação e ação, contagia imediatamente toda a classe, a escola e a comunidade. (p.142).

Epistemologia da Interdisciplinaridade de Olga Pombo

O componente curricular Interdisciplinaridade: teorias e práticas oportunizou a discussão  sobre o termo interdisciplinaridade que apesar de estar sendo bastante utilizado nos dias atuais em diferentes contextos o real sentido da palavra ainda causa muita discussão entre os teóricos da educação e os se que propõem a estudá-la. O certo é que devemos pensar os objetos de conhecimento além das abordagens disciplinares que restringem a natureza de ser desse elementos.
Compartilho com vocês os pontos mais importantes do artigo da Olga Pombo- Epistemologia da Interdisciplinaridade.